A condição humana, a morte inevitável e a mágoa que deixa em quem
ama ou admira.
Neste livro está patente a frustração ou a impotência humana de
mudar o que acontece, pedindo à morte que traga de novo a vida ao avô seu
ídolo.
Amar é deixar partir. Memória, ao contrário, é também, trazer o
passado, colocá-lo ao nosso lado e com ele falar e voltar de novo a fazer o
juramento de honrar o avô criando um livro, como se o avô abraçasse.
Abençoado neto no sentido de dádiva e prazer de apresentar o avô a
cada um de nós e nós vamos amando aquele avô a marcar a nossa existência como
exemplo de luta, tenacidade, perseverança, atrevimento em mostrar que “os tem
no seu lugar” firme e a clareza nos objectivos traçados para ir vencendo a
vida. E, venceu até ao fim mostrando como se caminha na vida.
Falei do luto.
O livro é um retrato dos usos e costumes de quem conhece de raiz
as gentes aldeãs, nos falares, na intercomunicação rotineira, vivida e
experimentada e o entrelaçamento de estórias onde a ficção se torna realidade.
O autor é, neste livro, de um realismo fotográfico cromático,
contagiante como se cada um de nós visse, tocasse, sentisse as personagens as
paisagens, os gestos e o vestuário, os utensílios domésticos e campestres.
O livro é um poema que se
lê com prazer e voltar a reler.
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