quarta-feira, 6 de março de 2019

Crítica literária de Américo Morado a Lugar d’ Avós



A condição humana, a morte inevitável e a mágoa que deixa em quem ama ou admira.

Neste livro está patente a frustração ou a impotência humana de mudar o que acontece, pedindo à morte que traga de novo a vida ao avô seu ídolo.

Amar é deixar partir. Memória, ao contrário, é também, trazer o passado, colocá-lo ao nosso lado e com ele falar e voltar de novo a fazer o juramento de honrar o avô criando um livro, como se o avô abraçasse.

Abençoado neto no sentido de dádiva e prazer de apresentar o avô a cada um de nós e nós vamos amando aquele avô a marcar a nossa existência como exemplo de luta, tenacidade, perseverança, atrevimento em mostrar que “os tem no seu lugar” firme e a clareza nos objectivos traçados para ir vencendo a vida. E, venceu até ao fim mostrando como se caminha na vida.

Falei do luto.

Descrevo, agora, o que saliento do livro “Lugar d’ Avós” e do autor.

O livro é um retrato dos usos e costumes de quem conhece de raiz as gentes aldeãs, nos falares, na intercomunicação rotineira, vivida e experimentada e o entrelaçamento de estórias onde a ficção se torna realidade.

O autor é, neste livro, de um realismo fotográfico cromático, contagiante como se cada um de nós visse, tocasse, sentisse as personagens as paisagens, os gestos e o vestuário, os utensílios domésticos e campestres.
O livro é um poema que se lê com prazer e voltar a reler.

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