No Jardim da Parada em Lisboa, de
17 a 21 de março, vão desfilar os poetas em feira do livro. Louvado
acontecimento! Mas uma pergunta não se cala: iremos ver a marcha dos poetas, será
a arregimentação da poesia, ou o reconhecimento do velho lema de que “a palavra
é uma arma”? A palavra poética ganha a soberania sob a tutela do marechal
Fernando Pessoa, por mediação da sua “CASA”. Parabéns! Agora vem a diatribe,
sem a qual nem a poesia existiria; pena é darem somente a casa aos poetas
quando estão mortos, quando as evocações parecem necrologias. Livremo-nos dos
necrófagos! Mas nem tanto, pois, antes poeta reconhecido mesmo pos mortis, do que eternamente ignorado.
Pese embora o reconhecimento póstumo não ter matado a fome a Camões, nem a
Bocage, que bem estenderam a mão à caridade… Logo, marchar, marchar ao Jardim da Parada!
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